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Quantos dias?

Congregação Tents of Mercy (Tendas da Misericórdia)

Kiryat Yam, Israel



Senhor, tu tens sido o nosso refúgio, de geração em geração.

Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo,

de eternidade a eternidade, tu és Deus.

Tu reduzes o homem ao pó e dizes: Tornai, filhos dos homens.

Pois mil anos, aos teus olhos, são como o dia de ontem que se foi

e como a vigília da noite.


Tu os arrastas na torrente, são como um sono, como a relva que floresce de madrugada;

de madrugada, viceja e floresce; à tarde, murcha e seca.

Pois somos consumidos pela tua ira e pelo teu furor, conturbados.

Diante de ti puseste as nossas iniquidades e, sob a luz do teu rosto, os nossos pecados ocultos.


Pois todos os nossos dias se passam na tua ira; acabam-se os nossos anos como um breve pensamento.


Os dias da nossa vida sobem a setenta anos ou, em havendo vigor, a oitenta;

neste caso, o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente, e nós voamos.


Quem conhece o poder da tua ira? E a tua cólera, segundo o temor que te é devido?

Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio.

Volta-te, Senhor! Até quando? Tem compaixão dos teus servos.

Sacia-nos de manhã com a tua benignidade, para que cantemos de júbilo

e nos alegremos todos os nossos dias.

(Salmo 90.1-14)


Os versículos acima, atribuídos a Moisés, descrevem as linhas gerais da existência humana, desde a criação, passando pelas gerações, até a própria vida de cada indivíduo. Somos apenas um elo na longa cadeia de gerações. Somos mortais e voltaremos ao pó no final de nossos dias. Sabedoria, compaixão, amor, alegria e satisfação – são essas coisas que fazem com que nossos dias sejam significativos e valham a pena.


A passagem do tempo não é uma coisa estranha? Em um momento eu tinha 15 anos e, no momento seguinte, 50! “Contar nossos dias” é apenas uma maneira elegante de descrever a revisão de nossa vida em termos de metas e resoluções – um exercício natural e benéfico para a alma. Você sabe... Como as resoluções de Ano Novo.


Quais são as suas para 2024?


Perder peso? Ler a Bíblia inteira? Ficar em forma? Ser gentil com sua sogra? Certificar-se de que as crianças façam suas tarefas? Colocar seus impostos em dia? Pintar a casa? Trazer os reféns de volta para casa? ... Ah, espere! – Isso não está na lista de todo mundo, apenas para Israel e seus amigos.


Como país, estamos contando os dias em que os israelenses sequestrados ainda estão sendo mantidos em um cativeiro horrível. Em nossa rotina de trabalho, nunca perdemos de vista o fato terrivelmente trágico de que cerca de 130 de nossos cidadãos estão sendo mantidos como reféns a apenas alguns quilômetros de nossa fronteira, no sul de Gaza. Enquanto os israelenses corajosa e necessariamente continuam com as tarefas normais, a vida atualmente é tudo menos normal.


Até mesmo decidir o que escrever neste artigo foi um desafio – como uma insignificante coleção de algumas centenas de palavras pode impactar as situações desesperadoras que estamos enfrentando? No entanto, pela graça de Deus, prosseguimos, sabendo que há orações fervorosas daqueles que se tornaram justos, permanecendo na brecha para os que estão presos no cativeiro.



Há poucos dias, foi noticiado que mais seis soldados das FDI (Forças de Defesa Israelenses) foram tragicamente mortos em uma explosão, além de nove feridos. Um dos soldados feridos era uma celebridade nacional muito querida. Idan Amedi é cantor, compositor e ator. Nascido em Jerusalém, ele abandonou sua “glória” de celebridade para se apresentar no dia 7 de outubro, como qualquer outro soldado da reserva, para o serviço em sua unidade de engenharia de combate das FDI.


Amedi é conhecido por suas composições habilidosas e honestas, bem como por sua dramática ascensão à fama, que começou com uma letra comovente que ele escreveu e apresentou em um concurso de canto (A Star is Born – "kochav nolad") sobre suas experiências no exército.


Enquanto nossos compatriotas possam parecer honestos a ponto de serem rudes, Amedi é uma bela representação do que há de positivo no israelense moderno. Não se pode deixar de pensar na tradição histórica e bíblica do Rei Davi como o poeta guerreiro – feroz, porém sensível – que escreveu a maioria dos versos dos salmos que tão fielmente nos oferecem conforto e dão voz à necessidade de nossas almas por Deus, o Pai.


Muitas das canções de Amedi são baladas existenciais que se modificam por si mesmas, com letras ponderadas sobre o tempo, o arrependimento, o amor e a humanidade. Oramos pela cura dele e de todos os outros soldados feridos – corpo, alma e espírito!



Quando ultrapassamos a marca de 100 dias de guerra, os comentaristas compararam nossa atmosfera nacional com a forma como era durante a pandemia, concluindo que esta crise é muito pior.


Naquela época, descobrimos como proceder com as coisas normais – e estamos tendo que fazer isso novamente. Até mesmo nosso entretenimento passou a refletir o novo normal. O popular programa de sátira israelense – Eretz Nehederet – "uma terra maravilhosa" – agora se chama Eretz Nilchemet – "uma terra em guerra". O conteúdo do programa lida de forma surpreendentemente real e sensível, mas bem-humorada, com a realidade da guerra, inesperadamente inspirando-nos às lágrimas e à oração. “O coração alegre é bom remédio” (Provérbios 17:22),


Quando saímos da crise do coronavírus, lembro-me de ter feito contas. Quantas pessoas estavam gravemente doentes? Quantos anos? Quantas semanas de confinamento?


Quantos dias em quarentena? Quantos marcos e feriados foram perdidos e afetados negativamente pelas regulamentações epidemiológicas?


Quanto mais tempo convivemos com a pandemia, mais a divulgação dos números mudou. O mesmo aconteceu com esta guerra. Na primeira semana, os números de mortos e capturados, o número de foguetes e os dias de guerra foram relatados meticulosamente. À medida que os números cresciam, ficávamos insensíveis ao significado agudo de cada vida, de cada dia. A guerra é terrível, para dizer o mínimo.




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